Dra. Carolina Kawamura, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, discute durante o Simpósio Virtual GBOT 2020 o papel da imunoterapia no tratamento do câncer de pulmão avançado e como essa terapia tem modificado a história natural da doença, oferecendo maior sobrevida e melhor qualidade de vida aos pacientes.
De acordo com a oncologista, já existem dados que corroboram com o uso de imunoterapia em pacientes específicos, como idosos e performance status 2 (PS), devido ao perfil de tolerabilidade e toxicidade tão favorável da terapia.
Dra. Kawamura cita o estudo KEYNOTE 024 de fase 3, cujos resultados iniciais mostraram que o pembrolizumabe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG) em comparação com a quimioterapia baseada em platina em pacientes com câncer avançado de pulmão não-pequenas células (CPNPC). Os dados de 5 anos de seguimento mostram uma taxa de sobrevida de longo prazo de 32% versus quase metade para a quimioterapia. Vê-se também uma taxa de sobrevida em 5 anos que favorece em muito a imunoterapia. E, quando se observa a população depois de 2 anos de tratamento, observa-se uma profundidade de resposta (a grande maioria teve resposta parcial ou completa). Além disso, dentre os pacientes que completaram esses dois anos de tratamento, metade ainda se encontra vivo e sem nenhuma terapia adicional.
Segundo a médica, a imunoterapia sem dúvida mudou a história natural da doença e trouxe benefícios aos pacientes, bastando realizar o seguimento e acompanhar a toxicidade adequadamente para manejar os eventos adversos.
Referências:
Reck, M et al. Updated Analysis of KEYNOTE-024: Pembrolizumab Versus Platinum-Based Chemotherapy for Advanced Non–Small-Cell Lung Cancer With PD-L1 Tumor Proportion Score of 50% or Greater Journal of Clinical Oncology 37, no. 7 (March 01, 2019) 537-546.
http://ascopubs.org/doi/abs/10.1200/JCO.18.00149