Dra. Ana Gelatti, oncologista clínica e vice-presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) discutiu, durante o Simpósio Virtual GBOT 2020, como os dados do estudo PACIFIC mudaram a prática clínica para o tratamento do câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) estadio clínico III.
Os primeiros dados do estudo foram apresentados há dois anos. Na ESMO 2020, o cenário foi atualizado com resultados de análises exploratórias planejadas de quatro anos.
PACIFIC é um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, multicêntrico que avaliou o durvalumabe (10 mg/Kg a cada 2 semanas) comparado ao placebo em pacientes com CPNPC estadio III sem progressão da doença após receberem inicialmente quimioterapia e radioterapia concomitantes.
Os últimos dados mostraram aumento significativo de sobrevida global (SG) no grupo que recebeu durvalumabe (HR=0,71) com SG mediana de 47,5 meses versus 29,1 meses no grupo placebo.
O uso do durvalumabe como manutenção após a quimiorradiação por um ano teve um impacto muito grande, de acordo com a oncologista, com benefício de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) sustentadas e clinicamente significativas, trazendo mudanças no tratamento padrão para esse subgrupo de pacientes.
Para ela, os resultados sem precedentes de quatro anos do estudo PACIFIC reforçam o durvalumabe como terapia de consolidação para o tratamento de câncer de pulmão não-pequenas células estadio III, uma vez que 50% dos pacientes ainda estão vivos (em comparação, no grupo placebo, a taxa foi de 36%).
Referência:
LBA49 – Durvalumab after chemoradiotherapy in stage III NSCLC: 4-year survival update from Phase 3 PACIFIC trial. ESMO 2020.